que eu não entendo...
Outro dia estava a comentar com uns colegas de trabalho que independentemente da minha opinião, há um poema que os contra a IVG passam que é muito bonito e tocou-me bastante...E não é que tava a ver que me iam bater... e isso revoltou-me bastante, pq não vou começar a destratar as pessoas só porque tem uma opinião diferente... Passei-me, são tão liberdade de escolha e opção que não admitem que hajam pessoas com opiniões diferentes as delas... Ou então tem medo que a opinião delas mude e não podem ver nem ouvir nada...
e para mostrar o meu desagrado aqui vai o poema:
Sem Nome
Era tão pequeno
Que ninguém o via
Dormia sereno,
Enquanto crescia.
Sem falar, pedia
- Porque era semente-
Para ver a luz do dia
Como toda a gente.
Não tinha usurpado
A sua morada
Não tinha pecado.
Não fizera nada.
Não soltou vagido.
Não teve amanhã.
Não ouviu: “Querido...”
Não disse: “Mamã...”
Não sentiu um beijo
Nunca andou ao colo.
Nunca teve o ensejo
De pisar o solo,
Pezito descalço,
Andar hesitante,
Sorrindo no encalço
Do abraço distante.
Não foi à escola
De sacola ao ombro,
Nem olhou estrelas
Com olhos de assombro.
Crianças iguais
À que ele seria,
Não brincou com elas
Nem soube que havia.
Não roubou maçãs
Não ouviu os grilos
Não apanhou rãs
Nos charcos tranquilos.
Nunca teve um cão,
Vadio que fosse,
A lamber-lhe a mão,
À espera de doce.
Não soube que há rios
E ventos e epaços.
E Invernos e Estios,
E mares e sargaços,
E flores e poentes.
E peixes e feras
As hoje viventes
E as de antigas eras.
Não soube do mundo.
Não viu a magia.
Num breve segundo,
Foi neutralizado
Com toda a mestria:
Com as alvas batas,
Máscaras de entrudo,
Técnicas exactas,
Mãos de especialistas
Negaram-lhe tudo
(O destino inteiro...)
Agora matem-se todos que não quero saber...
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
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